segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sintaxe

A Sintaxe é a parte da língua que estuda as relações dos componentes que integram uma oração. E também as combinações que as orações constituem entre si na formação dos períodos. Logo, a maneira pela qual se dá os ajustes das informações em orações ou períodos é a pretensão de estudo da sintaxe.
Observe a oração:

                                                 As crianças lindas brincaram muito na escola hoje.

Primeiramente, nós só entendemos a oração acima porque conseguimos obter uma informação a partir dela. Por sua vez, essa informação nos é transmitida através das combinações de elementos na oração.
Retomando a frase sugerida acima, e nos propondo a fazer uma análise sintática, observamos que, de modo generalizado, o sujeito “as crianças” faz uma ligação e é adjetivado por “lindas”, também é complementado pelo verbo “brincaram”, esse último faz combinação com os advérbios de intensidade “muito”, de lugar “na escola” e de tempo “hoje”.
Vemos que há elementos primordiais na oração, através das quais as informações são norteadas: crianças, brincaram, escola.
Enquanto há outros elementos que estão na frase como complemento e são dependentes: as, lindas, muito, na, hoje.
Concluímos que na análise sintática de uma oração há termos essenciais e termos integrantes ou acessórios.

Outros estudos da sintaxe dizem respeito à análise dos períodos simples e compostos, concordâncias nominal e verbal, regências nominal e verbal, além do estudo da pontuação e do fenômeno da crase. Esses últimos podem ser inseridos como objetos de discussão da sintaxe porque ao ser utilizados exigem conhecimento das estruturas sintáticas, das combinações dos elementos na frase.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

sábado, 24 de setembro de 2011

Regência nominal e verbal

Regência é a parte da Gramática Normativa que estuda a relação entre dois termos, verificando se um termo serve de complemento a outro. A palavra ou oração que governa ou rege as outras chama-se regente ou subordinante; os termos ou oração que dela dependem são os regidos ou subordinados.
Ex.: Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro a  uma vida melhor. (desejar)


Regência Verbal

1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte.
2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição em.
    Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa Catarina.
3- Namorar – não se usa com preposição.
    Ex.: Joana namora Antônio.
4- Obedecer/ desobedecer – exigem a preposição a.
    Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O aluno desobedeceu ao professor.
5- Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com.
    Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor de História.
Estes verbos não são pronominais, portanto, são considerados construções erradas quando os mesmos aparecem acompanhados de pronome oblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-me com meu professor de História.
6- Preferir -  este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposição e o outro com a preposição a.
    Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica.
Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc.
    Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.


Verbos que apresentam mais de uma regência:
1 - Aspirar
a) no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.: Aspirou o ar puro da manhã.
b) no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava.

2 - Assistir
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição.
    Ex.: O técnico assistia os jogadores novatos.
b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a.
    Ex.: Não assistimos ao show.
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a.
    Ex.: Assiste ao homem tal direito.
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.
    Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.
3 - Esquecer/lembrar
a) Quando não forem pronominais: são usados sem preposição.
    Ex.: Esqueci o nome dela.
b) Quando forem pronominais: são regidos pela preposição de.
      Ex.: Lembrei-me do nome de todos.
4 - Visar
a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.: Disparou o tiro visando o alvo.
b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Ex.: Visaram os documentos.
c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição a.
    Ex.: Viso a uma situação melhor.
5 - Querer
a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição. Ex.: Quero viajar hoje.
b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição a.
    Ex.: Quero muito aos meus amigos.
6 - Proceder
a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição.
    Ex.: Suas queixas não procedem.
b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição de.
    Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo.
c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a.
    Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteriosa.
7 - Pagar/ perdoar
a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não exigem preposição. Ex.: Ela pagou a conta do restaurante.
b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: são regidos pela preposição a. Ex.: Perdoou a todos,
8 - Informar
a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:
1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições de ou sobre). Ex.: Informou todos do ocorrido.
2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto de coisa. Ex.: Informou a todos o ocorrido.
9 - Implicar
a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição.
    Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências.
b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a preposição em.
    Ex.: Implicou o negociante no crime.
c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com.
    Ex.: Implica com ela todo o tempo.
10- Custar
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o problema.
b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição. Ex.: O carro custou-me todas as economias.
c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição.
    Ex.: Imóveis custam caro


Regência Nominal:

Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) são comparáveis aos verbos transitivos indiretos: precisam de um complemento
O complemento nominal é para o nome o que o objeto indireto é para o verbo, e apresenta regência. (Assim como os verbos, alguns nomes apresentam mais de uma regência)
acessível a, para, por
adequado a, com, para
afável com, para com
alheio a
amoroso com, para, para com
análogo a
ansioso de, por
anterior a
aparentado com
apto para, a
atentado a, contra
atento a, em, para
avaro de
aversão a, para, por
avesso a, de, em
ávido de
bacharel em
benefício a
bom para
capaz de, para
cego a
certo de
cheiro a, de
cobiçoso de
comum a, de
conforme a, com
constante em
contente com, de, em, por
contemporânea de, a
contíguo a
contrário a
cruel com, para com
cuidadoso com
cúmplice em, de
curioso de, por
desatento a
descontente com
desejoso de
desfavorável a
desleal a
devoto a, de
devoção a, para com, por
diferente de
difícil de
digno de
diligente em, para
ditoso com
diverso de
doce a
dócil a
dotado de
doutor em
duro de
dúvida acerca de, em, sobre
empenho de, em, por
entendido em
erudito em
escasso de
essencial para
estranho a
exato em
fácil a, de, para
favorável a
falho de, em
feliz com, de, em, por
fértil de, em
fiel a
firme em
forte de, em
fraco para, com, de, em
furioso com, de
grato a
hábil em
habituado em
horror a
hostil a, para com
ida a
idêntico a
imediato a
impaciência com
imune a, de
importante contra, para
impróprio para
inábil para
inacessível para, a
incapaz de, para
incompatível com
incompreensível para
inconstante em
incrível a, para
inédito a
indeciso em
indiferente a
indigno de
indulgente para, para com
inerente a
insensível a
intolerante com, para com
leal a
lento em
liberal com
maior de
mau com, para com
menor de
morada em
natural a, de, em
necessário a, em, para
negligente em
nobre de, em, por
nocivo a
obediente a
obsequioso com
orgulhoso com, para com
parco em, de
parecido a, com, em
passível de
peculiar a, de
perito em
pernicioso a
pertinaz em
piedade com, de, para, para com, por
pobre de
poderoso para, com
possível de
posterior a
proeminência sobre
prestes a, para
prodígio de, em
pronto para, em
propício a, para
propínquo de
próprio para, de
proveitoso a
próximo a, de
querido de, por
respeito a, com, de, em, entre, para com, por
rico de, em
sábio em, para
sensível a, para
sito em, entre
situado a, em, entre
soberbo com
solícito com, de, em, para, para com, por
sujo de
temível a, para
transido de
suspeito a, de
temeroso a
triste de, com
último em, de, a
união a, com, entre
único em, a, entre, sobre
útil a, para
vazio de
visível a
vulgar a, em, entre

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Concordância nominal e Verbal

De acordo com Mattoso Câmara “dá-se em gramática o nome de concordância à circunstância de um adjetivo variar em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere (concordância nominal) e à de um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito (concordância verbal). Há, não obstante, casos especiais que se prestam a dúvidas”.

Então, observamos e podemos definir da seguinte forma: concordância vem do verbo concordar, ou seja, é um acordo estabelecido entre termos.

 
O caso da concordância verbal diz respeito ao verbo em relação ao sujeito, o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o segundo.
 
Já a concordância nominal diz respeito ao substantivo e seus termos referentes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é feita em gênero (masculino ou feminino) e pessoa.


Como vimos acima, na definição de Mattoso Câmara, existem regras gerais e alguns casos especiais que devem ser estudados particularmente, pois geram dúvidas quanto ao uso. Há muitos casos que a norma não é definida e há resoluções diferentes por parte dos autores, escritores ou estudantes da concordância.

 
Veja com mais detalhes esse assunto nos links a seguir: Concordância Verbal – Regra geral e Concordância Verbal - Os casos especiais.
 
A Concordância Nominal é o acordo entre o nome (substantivo) e seus modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero (masculino ou feminino) e o número (plural ou singular).

Exemplo: Eu não sou mais um
na multidão capitalista.

Observe que, de acordo com a análise da oração, o termo “na” é a junção da preposição “em” com o artigo “a” e, portanto, concorda com o substantivo feminino multidão, ao mesmo tempo em que o adjetivo “capitalista” também faz referência ao substantivo e concorda em gênero (feminino) e número (singular).


Vejamos mais exemplos:


Minha
casa é extraordinária.

Temos o substantivo “casa”, o qual é núcleo do sujeito “Minha casa”. O pronome possessivo “minha” está no gênero feminino e concorda com o substantivo. O adjetivo “extraordinária”, o qual é predicativo do sujeito (trata-se de uma oração com complemento conectado ao sujeito por um verbo de ligação), também concorda com o substantivo “casa” em gênero (feminino) e número (singular).


Para finalizar, veremos mais um exemplo, com análise bem detalhada:


Dois
cavalos fortes venceram a competição.

Primeiro, verificamos qual é o substantivo da oração acima: cavalos. Os termos modificadores do substantivo “cavalos” são: o numeral “Dois” e o adjetivo “fortes”. Os termos que fazem relação com o substantivo na concordância nominal devem, de acordo com a norma culta, concordar em gênero e número com o ele.

Nesse caso, o substantivo “cavalos” está no masculino e no plural e a concordância dos modificadores está correta, já que “dois” e “fortes” estão no gênero masculino e no plural. Observe que o numeral “dois” está no plural porque indica uma quantidade maior do que “um”.

Então temos por
regra geral da concordância nominal que os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem concordar com ele em gênero e número.

Importante
: Localize na oração o substantivo primeiramente, como foi feito no último exemplo. Após a constatação do substantivo, observe o seu gênero e o número. Os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem estar em concordância de gênero e número com o nome (substantivo).
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola


Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos referindo à relação de dependência estabelecida entre um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes principais desse processo são representados pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado
Dessa forma, temos que a concordância verbal se caracteriza pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos:
O aluno chegou atrasado.
Temos que o verbo se apresenta na terceira pessoa do singular, pois faz referência a um sujeito, assim também expresso (ele). 
Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
Temos aí o que podemos chamar de princípio básico. Contudo, a intenção a que se presta o artigo em evidência é eleger as principais ocorrências voltadas para os casos de sujeito simples e para os de sujeito composto. Dessa forma, vejamos: 
Casos referentes a sujeito simples
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em número e pessoa:
O aluno chegou atrasado. 
2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo coletivo,  o verbo permanece na terceira pessoa do singular: 
A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
Observação:
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o plural:
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.

3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a segue:
A maioria dos alunos resolveu ficar.
A maioria dos alunos resolveram ficar.

4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
Cerca de vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão “mais de um”, o verbo permanece no singular:
Mais de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.  
Observação:
* No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente, deverá permanecer no plural:
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de doação de alimentos. 
Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades de formatura. 
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”, o verbo permanecerá no plural:
Esse jogador foi um dos que atuaram na Copa América.
7) Em casos relativos à concordância com locuções pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós, quais de vós, alguns de nós”, entre outras,  faz-se necessário nos atermos a duas questões básicas:
* No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar com o pronome pessoal:
Alguns de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão.
* Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no singular, o verbo permanecerá, também, no singular: 
Algum de nós o receberá.  
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou poderá concordar com o antecedente desse pronome:   
Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa palavra:
Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo.   
10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem:   
50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão.
Observações:
- Se o numeral vier anteposto à expressão de porcentagem, o verbo concordará com ele:
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.     
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.  
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural:
Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. 
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira pessoa do singular  ou do plural: 
Vossas Majestades gostaram das homenagens.
Vossa Majestade agradeceu o convite.  
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que os determinam:
*  Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, este permanece no singular, contanto que o predicativo também esteja no singular: 
Memórias póstumas de Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.   
* Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também permanece no plural:
Os Estados Unidos são uma potência mundial.
* Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem aparece, o verbo permanece no singular:  
Estados Unidos é uma potência mundial. 
Casos referentes a sujeito composto
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando relacionado a dois pressupostos básicos:
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais:
Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou na 3ª pessoa:
Tu e ele sois primos.
Tu e ele são primos.

2) No casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao verbo, este permanecerá no plural:
O pai e seus dois filhos compareceram ao evento.  
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer no plural:
Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos.
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permanecer no singular ou ir para o plural:
Minha vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de meu esforço.
Eis que você estabeleceu familiaridade com os casos referentes a ambas as particularidades. Assim, no intuito de dar prosseguimento aos seus estudos, você poderá conferir outros casos, por meio do texto "Concordância verbal".

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Classes de Palavras

Por Araújo, A. Ana Paula de
A Primeira gramática do Ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava oito partes do discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, advérbio e conjunção. Atualmente, são reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome. Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas mudanças que já ocorreram e pelas que ainda vão ocorrer. Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa estão incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA  (morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que são empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra.
Há  discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das classes gramaticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe de palavras:
SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como também sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.
Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.
ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos, antecedendo-os.
Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos substantivos.
Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.
PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a pessoa do discurso.
Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.
VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.
Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.
ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.
Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.
NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.
Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.
PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas.
Exemplo: em, de, para, por, etc.
CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação ou subordinação.
Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.
INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito.
Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!
Fonte:
DUARTE, Paulo Mosânio Teixeira. Classes e categorias em português. 2. ed. rev. E ampl. / Paulo Mosânio Teixeira Duarte e Maria Claudete Lima. – Fortaleza: Editora UFC, 2003.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ortografia

Emprego do h

O h é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição escrita do nosso idioma. Algumas regras, quanto ao seu emprego devem ser observadas:

a) Emprega-se o h quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina.
     homem, higiene, honra, hoje, herói.

b) Emprega-se o h no final de algumas interjeições.
      Oh! Ah!

c) No interior dos vocábulos não se usa h, exceto:
- nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com h se une por hífen ao primeiro.
     super-homem, pré-história.

- quando ele faz parte dos dígrafos ch, lh, nh.
    Passarinho, palha, chuva.


Emprego do s

Emprega-se a letra s:

- nos sufixos -ês, -esa e –isa, usados na formação de palavras que indicam nacionalidade, profissão, estado social, títulos honoríficos.
Chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa.

- nos sufixos –oso e –osa (qua significa “cheio de”), usados na formação de adjetivos.
      delicioso, gelatinosa.

- depois de ditongos.
    coisa, maisena, Neusa.

- nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos.
    puser, repusesse, quis, quisemos.

- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s.
     análise: analisar, analisado
     pesquisa: pesquisar, pesquisado.


Emprego do z

Emprega-se a letra z nos seguintes casos:
- nos sufixos -ez e -eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos.
   rigidez (rígido), riqueza (rico).

- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z.
     cruz: cruzeiro, cruzada.
    deslize: deslizar, deslizante.


Emprego dos sufixos –ar e –izar.

Emprega-se o sufixo –ar nos verbos derivados de palavras cujo radical contém –s, caso contrário, emprega-se –izar.
    análise – analisar                               eterno – eternizar


Emprego das letras e e i.

Algumas formas dos verbos terminados em –oar e –uar grafam-se com e.
      perdoem (perdoar),           continue (continuar).

Algumas formas dos verbos terminados em –air, -oer e –uir grafam-se com i.
     atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir).


Emprego do x e ch.

Emprega-se a letra x nos seguintes casos:

- depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa.

- depois de sílaba inicial en-: enxurrada, enxaqueca (exceções: encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados).

- depois de me- inicial: mexer, mexilhão (exceção: mecha e seus derivados).

- palavras de origem indígena e africana: xavante, xangô.

Emprego do g ou j

Emprega-se a letra g

- nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: prestígio, refúgio.
- nas terminações –agem, -igem, -ugem: garagem, ferrugem.

Emprega-se a letra j em palavras de origem indígena e africana: pajé, canjica, jirau.


Emprego de s, c, ç, sc, ss.

- verbos grafados com ced originam substantivos e adjetivos grafados com cess.
   ceder – cessão.
   conceder - concessão.
   retroceder - retrocesso.
   Exceção: exceder - exceção.

- nos verbos grafados com nd originam substantivos e adjetivos grafados com ns.
   ascender – ascensão
   expandir – expansão
   pretender – pretensão.

- verbos grafados com ter originam substantivos grafados com tenção.
   deter – detenção
   conter – contenção.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

Ortografia oficial

Após várias tentativas de se unificar a ortografia da língua portuguesa, a partir de 1º de janeiro de 2009 passou a vigorar no Brasil e em todos os países da CLP (Comunidade de países de Língua Portuguesa) o período de transição para as novas regras ortográficas que se finaliza em 31 de dezembro de 2012.

Algumas modificações foram feitas no sentido de promover a união e proximidade dos países que tem o português como língua oficial: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

No entanto, não é necessário que haja aversão às alterações, pois são simples e fáceis de serem apreendidas! Além disso, há um prazo de adaptação que dá calmaria a todo processo de mudança!
Para tanto, o Brasil Escola apoiará as novas regras e irá promover a atualização dos textos para que os internautas possam se sentir mais confortados e ambientados com esse novo jeito de escrever algumas palavras!

A ABL (Academia Brasileira de Letras) dispõe de um link para quem tiver dúvidas sobre o acordo, é só acessar www.academia.org.br e procurar o serviço “ABL Responde” à direita na página. No entanto, não há prazo para que as repostas sejam enviadas, já que cada pergunta passará por análise da comissão de lexicografia e lexicologia.

Visite esta seção e tire todas as suas dúvidas de maneira rápida e objetiva, proporcionada por uma linguagem simples e prazerosa. Fique sabendo de todas as mudanças ortográficas significativas para o Brasil! É só clicar e informar-se!

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Acentuação Gráfica

Atenção! O artigo abaixo não está atualizado conforme as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Para ler as novas regras de acentuação, siga para para o artigo “Acentuação Gráfica no novo Acordo Ortográfico“.
Confira a abaixo as regras de acentuação  para a Língua Portuguesa.
MONOSSÍLABOS
São acentuados os monossílabos tônicos terminados em “a”, “e” e “o” seguidos ou não de “s”.
Ex: lá, cá, já, gás, pé, fé, mês, três, pó, dó, nó, nós, pôs
Não se acentuam os monossílabos terminados em:
- i(s): ti, bis
- u(s): tu, nus
- az: paz
- ez: vez
- oz: voz

Também não se acentuam os monossílabos átonos:
- artigos definidos
- conjunções
- preposições
- pronomes oblíquos
- contrações (da(s), do(s), na, nos)
- pronome relativo

RELEMBRANDO
Oxítonas: sílaba tônica é a última sílaba da palavra.
Paroxítona: sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra.
Proparoxítona: sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra.
OXÍTONAS
São acentuados os oxítonos terminados em:
- A(s): sabiá
- E(s): café
- O(s): cipó

Todas as palavras oxítonas terminadas em “em (éns)” recebem acento agudo se tiverem mais de uma sílaba: recém, parabéns.
PAROXÍTONAS
São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em:

- ão(s): bençãos
- ã(s): ímã
- ei(s): vôlei
- i(is): lápis
- us: Vênus
- um: álbum
- uns: álbuns
- r: caráter
- x: tórax
- n: hífen
- l: túnel
- ons: prótons
- ps: bíceps

Os paroxítonos terminados em “a”, “e” e “o” seguidos ou não de “s” e em “em (ens)” não são acentuados.
Ex: fora, ele, bolos, ordem
Os prefixos terminados em “i” (semi) e “r” (super) também não recebem acento.
As palavras paroxítonas terminadas em ditongo (duas vogais na mesma sílaba) são acentuados.
Ex: se-cre-tá-ria, á-gua, tê-nue, núp-cias, fa-mí-lia
Caso a palavra termine em hiato (duas vogais em sílabas separadas), não haverá acento.
Ex: se-cre-ta-ri-a, ele ma-go-a, ele a-ve-ri-gu-a, ne-crop-si-a, ele in-flu-en-ci-a
“Tu côas”, “ele côa” são os únicos hiatos que recebem acento.
PROPAROXÍTONASa
Todas as proparoxítonas são acentuadas.
Ex: máquina, tímido, fábrica
OUTROS CASOS
Acentuam-se as formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” seguidas dos pronomes la(s) ou lo(s). Ex: dá-lo, pô-los

Somente o verbo pôr recebe acento. Seus derivados, não. Exemplo: expor, impor
- Quê: só recebe acento quando está substantivado ou no fim da frase. Exemplos:
- Ele tem um “quê” muito especial. (substantivo)
- Procura não sabe bem o quê.

Os verbos do grupo “crê-dê-lê-vê” (crer, dar, ler e ver) terminam em “êem”.
- Eles crêem (presente do ind.)
- Que eles dêem (presente do subj.)
- Eles lêem (presente do ind.)
- Ele vêem (presente do ind.)
- Esta regra também se aplica aos derivados: prever, rever
As palavras terminadas em “ôo(s)” recebem acento circunflexo. Exemplo: vôo, enjôo, magôo

Os derivados dos verbos “ter” podem terminar de duas formas no presente do indicativo: “ém” (3ª pessoa do singular) e “êm” (3ª pessoa do plural).
- Ele detém – eles detêm
- Ele mantém – eles mantêm
- Ele contém – eles contêm

Os derivados de “vir” (intervir, convir) terminam em “ém” 3ª pessoa do singular e em “êm” 3ª pessoa do plural no presente do indicativo.
- Ele intervém – eles intervêm
- Contem (verbo contar)
- Contém ( A garrafa contém querosene)
- Contêm ( As garrafas contêm querosene)
- Contêem (não existe!)
- Provem (verbo provar)
- Provém (O tecido provém da China)
- Provêm (Os tecidos provêm da China)
- Provêem (verbo prover – “Os armazéns se provêem do necessário.)
- Apôio (não existe!)
- Apoio (preciso de seu apoio)
- Apóio (verbo – Eu apóio você)

ACENTOS DIFERENCIAIS
Servem para diferenciar uma palavra quando esta é uma preposição, ou um verbo, ou outra entidade gramatical.

Exemplos:
Para: preposição
Pára: verbo
Pôr: (acento só no infinitivo)
Por: preposição
Péla: verbo pelar
Pela: contração

TREMA
Devemos usar o trema na vogal “u”, quando ela for pronunciada e átona, antecedida de “Q” ou “G” seguida de E ou I.
EX: freqüente, tranqüilo, agüentar, pingüim

Fonte: Brasil  Escola

domingo, 4 de setembro de 2011

IBGE, Pontuação

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Veremos aqui as principais funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua portuguesa.
Ponto
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que se encontra.
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
2- Usa-se nas abreviações
- V. Exª.
- Sr.
Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância.
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma…” (VIEIRA)
2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros montanhas, frio e cobertor.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc.
- Ir ao supermercado;
- Pegar as crianças na escola;
- Caminhada na praia;
- Reunião com amigos.
Dois pontos
1- Antes de uma citação
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
2- Antes de um aposto
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre.
4- Em frases de estilo direto
- Maria perguntou: – Por que você não toma uma decisão?
Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos
- Ai! Que susto!
- João! Há quanto tempo!
Ponto de Interrogação
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)
Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas.
- Comprei lápis, canetas, cadernos…
2- Indica interrupção violenta da frase.
“- Não… quero dizer… é verdad… Ah!”
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
- Este mal… pega doutor?
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
- Deixa, depois, o coração falar…
Vírgula
É usada para vários objetivos, mas em geral usamos a vírgula para dar pausa à leitura ou para indicar que algum elemento da frase foi deslocado da sua posição canônica.
Bibliografia
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da.Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 45ª edição. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.